Há quase 35 anos à frente de um dos maiores jornais do país, Frias deixa duas filhas e um legado para o jornalismo.
Faleceu nesta terça-feira (21), aos 61 anos, o jornalista, escritor e dramaturgo Octávio Frias de Oliveira. O diretor de redação do jornal Folha de S. Paulo e diretor editorial do Grupo Folha, estava internado no Hospital Sírio-Libanês, no Centro da capital, e lutava contra um câncer no pâncreas desde ano passado.
Há quase 35 anos à frente do jornal, Frias - formado em Direito e pós-graduado em Ciências Sociais, pela Universidade de São Paulo - é autor de seis peças de teatro, três publicadas em livro, juntamente com ensaios sobre cultura (“Tutankaton”, Editora Iluminuras, 1991), quatro encenadas em São Paulo: “Típico Romântico” (1992), “Rancor” (1993), “Don Juan” (1995) e “Sonho de Núpcias” (2002), além de “Queda Livre”, que reúne sete reportagens ensaísticas sobre experiências de risco psicológico.
De acordo com Luís Cláudio Garrido, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Monitoramento da Informação (Abemo), Octávio Frias foi responsável por uma das maiores revoluções editoriais e gráficas da imprensa brasileira no comando da Folha de S. Paulo.
"Editorialmente foi basilar na democratização da informação – permitindo que opiniões diversas pudessem freqüentar o mesmo jornal.Inovador desde o seu Manual de Redação - que serviu de base para muitos jornais e alunos de Comunicação do país - até a criação de um tipo de letra exclusiva para o seu jornal, única entre os jornais do mundo, colocou em prática alguns dos sonhos da sua geração, afirma Garrido.
O presidente também destaca que Frias foi visionário ao criar o UOL, um dos maiores sites do país, ainda no começo da Internet, talhado como importante agregador de notícias – modelo que seria copiado por muitos outros a seguir. "O seu legado é tão distinto para o jornalismo nacional que mesmo com o seu falecimento deve perdurar intrínseco no modo como se trata a informação no país", conclui.
Em sua biografia, Octávio ainda reúne outras publicações, a exemplo "De Ponta Cabeça", lançado em 2000, uma espécie de compilação das colunas semanais escritas por dez anos para a página 2 da Folha. Já no ano de 2009, publicou pela Publifolha "Seleção Natural - Ensaios de Cultura e Política", reunião de 25 textos sobre teatro, cinema e jornalismo escritos em 25 anos.
Frias também deu sua contribuição à literatura infanto-juvenil, com “O Livro da 1ª Vez” (Cosac Naify, 2004). Participou ainda de duas coletâneas de contos para crianças, “O Livro dos Medos” (1998) e “Vice-versa ao Contrário” (1993), ambos publicados pela Companhia das Letrinhas.
Otávio Frias Filho deixa duas filhas e os irmãos Luiz, Maria Cristina e Maria Helena.
Fonte: Com informações da Folha e Wikipédia