12/01/2019 02:45
Jorge Amado foi pioneiro na contratação de serviço de clipping, diz biógrafa
Escritor baiano assinava um serviço de clipping desde os anos 1950 com notícias sobre ele
Autor de dezenas de livros e um dos escritores brasileiros mais aclamados no Brasil e no exterior, Jorge Amado (1912-2001) foi um homem preocupado com a recepção e crítica de suas obras na imprensa.
A jornalista Joselia Aguiar, autora do recém-lançado livro Jorge Amado: Uma Biografia (Editora Todavia), revelou ao jornal Zero Hora que a clipagem sobre o autor foi uma importante peça de sua apuração.
"Comecei a pesquisar e descobri que havia muita coisa que eu não sabia sobre ele. Ele assinava um serviço de clipping desde os anos 1950 com notícias sobre ele, talvez tenha sido o primeiro escritor brasileiro a fazer isso. São pastas e pastas com a recepção de cada livro. E havia a parte política, sobre a qual muita coisa não estava à disposição", afirmou Joselita ao jornal. Parte do acervo de jornais que cita Jorge fica na Fundação que leva seu nome, sediada em Salvador.
Trecho da biografia sobre o escritor e político baiano, divulgado em reportagem do jornal O Globo, simula uma espécie de entrevista, revelando questões que os jornalistas faziam para Jorge.
TRECHO DO LIVRO
À imprensa, Jorge imprimia seu estilo em meio às respostas sobre coisas sérias. “Não tenho paciência com quem se dá muita importância”. A sua divisa? “Viver ardentemente”. Qual história pensa em escrever? “Uma história de amor”. Quando lhe perguntavam por que se tornou o romancista mais lido do país, dizia que, ao chegar à maturidade, achava que seriam trinta na mesma situação que ele. No humor dos amigos ouvidos, a intimidade pode falar mal à baiana como gesto de amor. Carybé o descreveu, de chofre: “É uma pessoa ruim... Rouba o sapo do jardim dos outros só para fazer pirraça”.
SERVIÇO
Jorge Amado, uma biografia
Autora: Joselia Aguiar.
Editora: Todavia.
Páginas: 640.
Preço: R$ 79,90.