13/12/2017 20:45
Reino Unido dá início a publicação de reportagens produzidas entre humanos e robôs
Na primeira etapa da iniciativa, um projeto piloto que começou no final de novembro, os conteúdos foram oferecidos a 35 títulos regionais de 14 grupos editoriais. Ao todo, 20 jornais reproduziram textos com base nas informações da iniciativa.
Os jornais no Reino Unido começaram a publicar as primeiras reportagens produzidas em conjunto entre humanos e robôs, a partir do projeto Reporters and Data Robots (RADAR), da Press Association (PA) e da Urbs Media, financiado pelo Google.
Na primeira etapa da iniciativa, um projeto piloto que começou no final de novembro, os conteúdos foram oferecidos a 35 títulos regionais de 14 grupos editoriais. Ao todo, 20 jornais reproduziram textos com base nas informações da iniciativa. Na prática, o sistema representa um avanço no uso de dados em reportagens conduzidas por jornalistas, informaram o Financial Times e o site especializado Press Gazette.
O RADAR, explicou a PA, conta com uma equipe de repórteres que encontra histórias interessantes em conjuntos de dados abertos. Depois escreve textos e, com a ajuda de um software (Natural Language Generation), cria modelos com dados específicos de centenas de localidades.
No projeto pioto, várias versões de quatro histórias foram distribuídas aos jornais participantes. Foi assim que o Express and Star, de West Midlands, por exemplo, mostrou que a maior parte das mães mais recentes de Wolverhampton não é casada, enquanto o Bournemouth Echo revelou que as crianças em situação de vulnerabilidade social da cidade têm as menores chances de inserção da Inglaterra.
"O software nos fornece conteúdos que normalmente não seríamos capazes de produzir", disse Toby Granville, diretor de desenvolvimento editorial da Newsquest, um dos grupos de mídia que publicaram as histórias automatizadas. Michelle Stanistreet, secretária-geral National Union of Journalists, descartou a possibilidade de robôs substuírem repórteres, um receio suscitado pelo projeto.
Ela descreveu o sistema como uma ferramenta útil. "Em última análise, é o jornalista quem deve verificar o contexto. Não consigo ver como poderia ser usado para substituir os jornalistas. Os seres humanos ainda são obrigados a tomar decisões éticas sobre o que é publicado", enfatizou.
A partir de agora, com o término do projeto piloto, os jornais terão de pagar uma assinatura para fazer uso do RADAR. A meta é produzir 30 mil reportagens por mês.