Estima-se que nos últimos três anos sete jornais tiveram de abandonar suas edições impressas.
O semanário Tal Cual é a mais recente vítima do governo de Nicolás Maduro. A versão impressa do jornal, dirigido pelo crítico ao chavismo Teodoro Petkoff, deixou de circular desde a última quinta-feira (2) por falta de papel, cuja importação e distribuição é monopólio estatal. Estima-se que nos últimos três anos sete jornais tiveram de abandonar suas edições impressas. Outros tantos foram obrigados a reduzir suas páginas e número de exemplares, entre eles o El Nacional, o principal diário crítico à gestão de Maduro.
Fundado por Petkoff, ex-guerrilheiro, ex-integrante do Partido Comunista da Venezuela e jornalista, o Tal Cual vinha recebendo pouco papel por parte da estatal que importa o insumo há cerca de um ano. “Pedimos o mesmo tratamento dado aos meios impressos do Estado e a alguns privados. Não é casualidade que não nos vendam o papel, há intenção de censurar”, denunciou o chefe de redação do jornal, Xabier Coscojuela.
Além de impedir o jornal de acessar papel, Maduro estabeleceu uma perseguição judicial a Petkoff, atualmente com 85 anos, e outros diretores do veículo. Até o arquivamento de um processo, em setembro último, o jornalista, vencedor do Prêmio Ortega e Gasset de 2015 (que não pode receber a premiação pessoalmente em Madri, na Espanha), tinha que se apresentar regularmente à justiça e estava impedido de sair do país. Outros processos, contra os diretores Manuel Puyana, Juan Antonio Golia e Francisco Laysisse, permanecem abertos.
Fonte: Fonte: Anj.org.br