247 - A crise dos jornais impressos deu, neste sábado, mais um sinal de vida. Pela primeira vez em 27 anos, a "Mídia Impressa", uma coletânea dos principais artigos e reportagens publicados no País e distribuída pela Empresa Brasileira de Comunicação às autoridades do governo federal, circulou sem conteúdo da Folha de S. Paulo. O motivo: uma liminar obtida pela própria Folha para ficar de fora do clipping oficial.
Até recentemente, todos os veículos brigavam para constar desse serviço. Afinal, ser lido pelas autoridades é algo que reforça o prestígio e a influência das publicações.
A Folha, no entanto, vem tendo dificuldades para proteger seu conteúdo na era digital, assim como todos os demais veículos impressos. Na internet, o jornal de Otávio Frias instituiu o chamado "muro de cobrança", permitindo que internautas acessem apenas uma quantidade limitada de artigos por mês. Agora, a Folha transmite a mensagem de que, para ser lido em Brasília, o jornal também deverá ser comprado pelas autoridades – e não mais reproduzido.
Este não é o único embate entre a Folha e a Secretaria de Comunicação do governo federal, comandada pela ministra Helena Chagas. A Folha também foi à Justiça para tentar obter os dados relativos à publicidade oficial – o que vem sendo contestado pela Secom.
No momento em que a América Latina se vê tomada pelo debate em torno da Ley de Medios argentina, a Folha luta para se preservar como uma das poucas vozes relevantes na sociedade brasileira.
Assim como outros grandes veículos de comunicação, o jornal da família Frias também saiu em defesa do Clarín, periódico argentino que poderá ter que se desfazer de algumas concessões na Argentina.
A exclusão do clipping oficial ainda não é definitiva. A EBC pretende recorrer para continuar levando conteúdo da Folha às autoridades governamentais.
Leia, abaixo, nota publicada hoje no "Mídia Impressa":
Prezado leitor,